Esta semana lá consegui começar um serviço que já devia estar pronto à mais de 1 mês mas que, por motivos alheios à minha vontade, ainda não tinha conseguido fazer. Dos vários trabalhos que realizo este é aquele em que mais escrevo aos utentes (apesar de muitos deles se deslocarem, à posteriori, com o mesmo documento para eu lhes ler o que lá está escrito). Mas... não há envelopes nem nos serviços, nem nos armazéns centrais e, ao percorrer os vários sectores na esperança de arranjar alguns, deparo-me com os trabalhos na instalação de ar condicionado em cada gabinete, porque o sistema anterior nunca funcionou decentemente.
Pouco tempo antes, foi instalada, por uma outra empresa, uma nova central telefónica. Recebemos todo o equipamento informático para substituir o anterior e uma nova viatura mas, na falta dos "famosos" envelopes, decidi acumular os ofícios para os enviar mais tarde.
Após um dia de trabalho, dirijo-me ao Hospital Central onde me deparo com um écran gigante, em cada uma das muitas salas (parte dum brutal investimento em informática) com informação para os doentes sobre o número a ser chamado por cada gabinete. Apesar dos doentes estarem completamente perdidos sem saber onde se situam os gabinetes e sem funcionários a quem pedir informações no mesmo hospital que cobra ilegalmente taxas de há 10/20 anos atrás, não entregando o resultado de qualquer exame, sem que os utentes procedam ao pagamento das "velhinhas" despesas. Já na secretaria geral, deparo-me com uma funcionária que não sabe interpretar a ficha de identificação. O mesmo hospital que, pelo jornal local, é denunciado por reter dezenas de ambulâncias não lhes entregando as macas, impedindo-os de responder a outras situações de socorro.
Apesar dos conhecimentos dos funcionários serem a " mais valia" das Instituições, olho para o investimento público colossal contratualizado com empresas privadas e vejo os poucos funcionários existentes com excesso de funções fazendo contas com vista à Reforma Antecipada, apesar de sériamente prejudicados... No balanço final, o que restará do actual SNS?