Notícia TVI: há um novo buraco na Saúde
139 milhões de euros em falta nos serviço de utilização comum dos hospitais
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Há um novo buraco no Serviço Nacional de Saúde. Cento e trinta e nove milhões de euros é o passivo do universo de empresas criado pelo governo para prestar serviços aos hospitais. O objectivo era diminuir custos, aconteceu o contrário.
Os relatórios e contas de 2010 do SUCH, serviço de utilização comum dos hospitais, contam mais uma tragédia financeira. O passivo do SUCH, cujo capital é maioritariamente formado por hospitais públicos, ascende a 86 milhões de euros.
O SUCH existe para reduzir os custos dos hospitais, mas falha redondamente nessa missão, como denunciado há meses pelo Tribunal de Contas. Ele próprio acumula prejuízos, que duplicaram nos últimos anos.
Em 2007, o ministro da Saúde, Correia de Campos incentivou o SUCH a lançar-se numa aventura empresarial. Através da criação de três novas empresas: Somos Compras, Somos Contas e Somos Pessoas. Em parceria com três consultoras privadas: Delloite, Accentura, Capgemini.
Ao fim de dois anos de actividade, estas novas empresas representam novos passivos de monta: 25 milhões e quinhentos mil euros + 19, 5 milhões + oito milhões. Resultado, o universo SUCH tem hoje um buraco total de 139 milhões de euros, se considerarmos os passivos da empresa mãe e das associadas.
Perante as críticas severas do Tribunal de Contas, o ministério da Saúde decidiu avançar para uma fusão das empresas, numa nova entidade, anunciada como a grande central de compras da saúde. Mas o ministério das Finanças resiste à ideia, como revela no relatório de contas Nélson Baltazer, ex-deputado do PS e actual presidente do SUCH.
«Continuamos a aguardar a homologação do acordo, ainda pendente no ministério das Finanças». Correia de campos já não é ministro da saúde, mas continua a seguir o problema de perto. É ele o presidente da Assembleia-geral do SUCH.