23/04/10

Testemunho de um Professor

Tenho 56 anos de idade. Comecei a trabalhar tinha onze anos de idade. Trabalhei nas mais diversas coisas entre elas menciono: trabalhei no campo com uma enxada nas mãos durante oito horas por dia e durante seis dias por semana, durante anos; além deste trabalho no campo, fiz de todos os outros próprios do campo (limpar árvores, apanhar azeitona, trabalhar em lagares, sachar milho, cortar erva, juntar erva, transportar sacas de oitenta e mais quilos de azeitona por meio de terra lavrada e muitas vezes alagada de água, carrei reboques de molhos de trigo e lenha, carreguei camionetas de areia à pazada, carreguei cestos de uvas por encostas quase a pique durante uma ou duas centenas de metros e sei lá mais o quê); trabalhei de pedreiro e de servente de pedreiro 10 horas por dia; trabalhei em pedreiras e em desaterros com picaretas e marretas a ponto de por vezes nem sentir os pulsos ao fim do dia; abri poços para água nos verões durante anos; trabalhei durante anos como serralheiro cívil cortando e malhando ferro à força dos músculos (não havia máquinas como agora); trabalhei em fábricas de papel; trabalhei em fábricas de curtumes; trabalhei num escritório; trabalhei numa distilaria por vezes 18 horas por dia; aos trinta anos comecei a estudar e aos trinta e nove consegui a habilitação própria para ser professor começando a dar aulas na escola pública e agora estou no início do décimo oitavo ano de aulas e para concluir digo nunca tive um trabalho tão cansativo, tão exigente, tão esgotante, tão prejudicial à saúde e tão irritante como este de professor!

Violada mas não vencida

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