27/03/09

E depois, inesperada, chegou a crise

Para desgosto de muitos, o Instituto Nacional de Estatística (INE) anunciou hoje que o défice público durante o ano passado se situou em 2,6 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), o mesmo valor verificado em 2007 e quatro décimas de ponto acima da meta estabelecida pelo Governo. É muito ou é pouco? É pouco. Pelo menos por duas razões: em primeiro lugar, porque, ao contrário do que o número e o Governo possam sugerir, o saneamento financeiro das nossas contas públicas está longe de ser uma realidade. As despesas dos hospitais EPE, das empresas municipais EPE e de todos os organismos públicos que não pertençam ao SPA (Sector Público Administrativo), embora existam, não entram nas contas do défice. São muitos milhões camuflados através deste artifício. Em segundo lugar, porque um défice de 2,6% no contexto de crise que já se vivia no ano passado é o espelho de uma governação que não esteve à altura de reagir e combater o que era mais que certo viria depois. Veio mesmo, e não foi exclusivamente do exterior.

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