«venda» de informações a funerárias no hospital
O Hospital de Viseu está a investigar a alegada «venda» de informações por parte de funcionários a uma agência funerária da cidade, sobre os óbitos que ocorrem naquela unidade de saúde, noticia a Lusa. De acordo com o relações públicas do Hospital de Viseu, Luís Viegas, «o processo interno foi aberto no seguimento de uma queixa anónima apresentada por e-mail ao conselho de administração do Hospital, há cerca de oito dias».
«Contamos ter o inquérito concluído até ao final da próxima semana», acrescentou o responsável, salientando que esta não é a primeira vez que recebem uma queixa com este tipo de conteúdo.
O caso foi revelado pelo «Diário de Notícias» esta sexta-feira mas Luís Viegas explica que o hospital está «convencido que isto é uma guerra entre agências funerárias, que não belisca o bom nome da instituição».
No e-mail enviado ao conselho de administração do Hospital de S. Teotónio, é denunciado que «existem muitos, mas mesmo muitos funcionários que recebem alguns euros em troca de informações sobre óbitos que ocorrem durante o dia e durante a noite».
«Plantão à porta da morgue»
Lê-se ainda que os funcionários de uma agência funerária da cidade «continuam, diariamente, a fazer plantão à porta da morgue, à caça de mortos».
Contactada pela Agência Lusa, fonte da funerária Agência Balula realçou que «há anos que há favorecimentos».
«Basta interrogarem os funcionários da morgue e eles dizem que a Funerária Viseense está lá sempre à entrada da morgue. Alguém de dentro do hospital lhes comunica o número de mortos», sustentou.
Fonte da Funerária Abílio partilha da mesma opinião, considerando que «há anos que o favorecimento existe, tendo já sido feitas várias queixas por diferentes funerárias de Viseu».
«O hospital abriu um inquérito, mas não vai dar em nada. Basta ir para a entrada da morgue e vêem-se lá funcionários da Viseense de manhã à noite, quando só é permitido lá estar em serviço», revelou.
Por seu turno, um funcionário da Funerária Dom Duarte explicou que a situação configura um caso de «concorrência desleal».
«Pura especulação»
No entanto, a Agência Funerária Decorativa Viseense rejeitou qualquer favorecimento, apelando a que sejam apresentadas «as pessoas que foram pagas para dar em troca algum tipo de favorecimento».
«É pura especulação dizer-se que os nossos funcionários passam o dia todo no Hospital. Isto é uma guerra de 30 anos, em que hoje somos acusados por aqueles que não cumpriam as antigas escalas», alegou.
Fonte da ASAE esclareceu que de acordo com o Diploma nº 206/2001, nº1 do artigo 14º, os agentes funerários não podem permanecer nos hospitais, a não ser que estejam em serviço.
As coimas cometidas por pessoa colectiva podem ir de 2.500 a 25 mil euros.
diario.iol.pt
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