08/04/10

Prémios de Mexia são um “escândalo”

Manuel Alegre manifestou-se indignado com o salário e prémios auferidos pelo presidente da EDP, juntando-se às vozes críticas onde também se encontra a eurodeputada socialista Ana Gomes. “Num momento em que se pedem sacrifícios aos portugueses é um escândalo haver gestores de empresas com capitais públicos a receber milhões de euros em prémios", afirmou o candidato presidencial Manuel Alegre, manifestando-se contra o salário e prémios de 3,1 milhões de euros auferidos pelo presidente da EDP, António Mexia, em 2009.

Para o candidato presidencial, há que pôr termo a esta situação. "Assim como se impõem congelamentos de salários para os funcionários públicos, devem ser criados tectos para os prémios dos gestores", sugeriu em declarações ao Correio Manhã.

As vozes críticas sobre este assunto vão-se somando. Ainda esta quarta-feira, a eurodeputada do PS Ana Gomes acusou José Sócrates de ter tido uma “estarrecedora insensibilidade”, ao elogiar as capacidades de gestor de António Mexia à frente da EDP, numa altura em que são públicos os valores que recebeu em 2009 por parte da empresa pública.

“Todo elogios ao gestor, sem uma palavra de admoestação, a impôr moderação, a pedir contenção, semelhante à que pede ao povo”, escreve Ana Gomes no seu blogue Causa-Nossa, referindo-se ao primeiro-ministro.

"Para aqueles a quem se impõem sacrifícios, é juntar ofensa à ferida", acrescentou ainda. A ferida é o salário de Mexia que classifica como “topete”, “descaramento” e “imoralidade”.

Ana Gomes também afirmou também num post anterior que não gostou das últimas revelações sobre os projectos assinados por Sócrates, muito menos das casas “esteticamente penosas”. Mas do que não gostou mesmo, “Menos, menos ainda, só da carta de protesto que o PM José Sócrates escreveu ao Público e em que assume a responsabilidade dos respectivos projectos. Será de engenheiro técnico. Não é de primeiro-ministro”, refere.

O socialista António José Seguro questionou o ministro das Finanças sobre se existem desde 2008 orientações específicas do Governo sobre o estatuto remuneratório dos gestores públicos e quais as empresas abrangidas, tendo classificado o salário e os prémios de Mexia como “obscenos”, “uma imoralidade”.

Entretanto a Comissão de Remunerações do Conselho Geral e de Supervisão da EDP vota a 16 de Abril uma proposta de redução do prémio anual para 80% do salário e o aumento do bónus no final do mandato de três anos para 120%.

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