31/05/09

Fiquei esclarecida

Sessões de informação sobre os aspectos essenciais dos pilares da “Reforma da Administração Pública”

Dos ilustres oradores (Dr. António Ganhão, Dr.ª Armanda Fonseca, Secretário do Estado da Administração Pública) começou o sr. Secretário por elogiar os trabalhadores em funções públicas publicitando a reforma (Lei 12-A/2008, SIADAP: Lei 66-B/2007 de 28 de Dezembro, Portaria n.º 83-A/2009 e a Lei n.º 59/2008 de 11 de Setembro) como melhorias na prestação do serviço público. Aflorou algumas das dificuldades como próprias de qualquer mudança e citou (no passado) o caso dos 10 Dirigentes destituidos por incumprimento do SIADAP. Esta notícia nunca me convenceu e a confirmá-lo o mesmo orador citou-a, horas mais tarde (mas no futuro) como dirigentes a destituir.
A secção decorreu normalmente até que foi permitido, aos presentes, exporem questões sobre os problemas resultantes de casos práticos. É frustrante constatar o embaraço dos legisladores quando confrontados com as lacunas da lei que, entre outras, permite a utilização da Licença sem vencimento para justificar faltas de 1 ou 2 dias. E sobre o efeito da não aplicação em cascata da avaliação nos serviços, prejudicando o elemento mais frágil da cadeia ao permitir que lhe seja atribuido 0 pontos. Já na questão sobre a contagem dos dias a gozar por férias dum trabalhador a tempo parcial (2ª, 3ª e 4ª feiras) a mesa foi apanhada de surpresa e sugeriu apenas esses dias semanais na contagem sequencial para os dias de férias a gozar, possibilitando ausências excessivas no serviço.
Quando questionada sobre a existencia de dois Regimes em vigor (Nomeação e Contracto) a oradora afirmou que a “Nomeação” não significa melhores regalias. Um colega, a meu lado, ao ouvir esta barbaridade pronunciou-se dizendo que nesse caso deveria ter tido opção de escolha. Tem razão. Ele e todos os outros funcionários públicos, agora trabalhadores no Regime de Contrato de Trabalho em Funções Públicas, a quem lhe foi negado o direito de escolha.
Muito interessante foi uma das intervenções que constatou que o SIADAP é já um modelo fracassado, colocando a questão como sendo o momento do Governo o assumir. A mesa (horrorizada) comparou a sua aplicabilidade com o estrangeiro onde as reformas também originaram problemas, entretanto ultrapassados no prazo de 5 anos. Até contei pelos dedos: estamos em 2009, o inicio do SIADAP foi em 2004 e... os prolemas não estão resolvidos.
Muito pelo contrário!

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