04/12/08

"tu é que tens um bom patrão..."

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como habitual lá tive que levar com o "tu é que tens um bom patrão..." claro que não interessa o trabalho que se realiza, a quantidade, a responsabilidade, as horas extras não remuneradas, o ir trabalhar em férias para os utentes não saírem prejudicados, as ameaças de morte quando todos os argumentos utilizados por empresas privadas não são suficientes para me convencer a roubar ao Estado em seu proveito.
Muito menos interessa que, na praia, aproveite para estudar legislação, enquanto os restantes turistas, sensatamente, repousam e se divertem. Também não interessam os fim de semana e as horas de lazer de que abdico quando, pela noite dentro, realizo trabalhos e estudos que em periodo laboral são impossiveis de realizar por falta de tempo. Falar duma justa retribuição monetária é impensável já que na Função Pública ninguém ganha menos de 1.400€ segundo uma média divulgada na TV e nos jornais...
Claro que a noticia foi divulgada pelos mesmos que empolam as regalias da ADSE omitindo os 100% na comparticipação das despesas de saúde, pagas através do SNS, aos Jornalistas com Segurança Social apesar de ser o mesmo Subsistema para o qual desconta a maioria dos trabalhadores que recebem 0,38€ por uma destartarização, 1,55€ por um tratamento dentário ou 0,75€ por uma armação para óculos de entre as muitas outras comparticipações em vigor desde 1974 sem sofrerem qualquer actualização.
Assim como também não falam do SAM's, com diferenças brutais nas comparticipações; Obras Sociais - que inclui comparticipação em hotéis além da diferença dos montantes não comparticipado pelo SNS em todas as despesas de saúde e de outros subsistemas que, com grande conveniência, permanecem no segredo dos Deuses para o cidadão comum. Claro que o cidadão não precisa, nem quer, saber! Senão, como ousaria cobiçar "o bom do patrão" ? Seria quase como aqueles que, desempregados ou não, mas a receber subsídios do Estado (para os quais eu contribuo com os impostos a que não posso fugir) nos gritam a plenos pulmões: "eu é que pago o seu ordenado"!

E a que alguém, um dia respondeu: "então desconte-me o dia porque, hoje, eu não trabalho mais para si", virando as costas e deixando-o ali... todo aparvalhado!

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