01/03/11

A guerra dos números

ou "O poder dos números"?

Porque é que este tema me transporta para a eterna "guerra", entre governo e sindicatos, quanto ao número de manifestantes nos protestos em Portugal? A solução seria a de cumprir o desejo dos manifestantes sempre que estes ultrapassassem, por exemplo, os 5% da população total. E só em caso de manifestantes num número inferior, é que poderiam ser ignorados. Trazer um bocadinho de picante para acabar com a monotonia política deste país. Isso sim, seria serviço!... 

... As pessoas comuns desejam democracia e massas qualificadas e desempregadas podem criar força poderosa a favor de reformas. Talvez o aspecto mais surpreendente dos protestos que derrubaram as ditaduras do Egito e da Tunísia, e agora avançam para derrubar também os regimes da Líbia, Bahrein, Iêmen e Jordânia, é a escala gigantesca das manifestações.

A Revolução Francesa foi feita por apenas 2% da população mas as revoluções árabes de 2011 trouxeram um grande número de pessoas para as ruas.

No Egito, estimativas do número de participantes nas manifestações de rua são de 10-20% dos 80 milhões de habitantes do país. Estimativa do jornal israelense Haaretz calcula que havia, só na Praça Tahir, cerca de 1 milhão de pessoas, um dia antes da queda de Mubarak. No Bahrein, Sarah Topol, de Slate.com estima que 100 mil, dos 500 mil habitantes do país saíram às ruas. São números sem precedentes, que mostram mudança como jamais se viu no pensamento regional.

Os protestos da praça Tahir no Egito foram resultado de planejamento complexo por, dentre outros, o grupo “6 de abril” , criado em resposta à prisão de grevistas pacíficos em El-Mahalla El-Kubra. Além de outras manobras táticas inteligentes, o grupo priorizou a derrubada de Mubarak, antes de qualquer democratização; tivessem feito o contrário e deixariam abertas as portas para que o regime respondesse com reformas políticas que tradicionalmente são conservadoras, ou absolutamente vazias. Essa capacidade de organizar-se na rua, mais a participação dos movimentos militantes para identificar possíveis candidatos para as futuras eleições, mostra bem que os movimentos querem, mesmo, reestruturar o governo egípcio, não apenas alguma qualquer ‘democratização’ sempre tão ampla quanto vaga. Ler mais...

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