O velho Padre, durante anos, tinha trabalhado fielmente com o povo africano, mas agora estava de volta a Portugal, doente e moribundo, no Hospital de S. José.
De repente, ele faz um sinal à enfermeira, que se aproxima.
- Sim, Padre? diz a enfermeira.
- Eu gostaria de ver o Primeiro-ministro José Sócrates e o Amigo dele Armando Vara antes de morrer, sussurrou o Padre.
- Acalme-se, verei o que posso fazer, respondeu a enfermeira.
Ela entra em contacto com o Palácio de S. Bento e com José Sócrates. E logo recebe a notícia: ambos gostariam muito de visitar o Padre moribundo.
A caminho do Hospital, Sócrates diz a A.Vara:
- Eu não sei porque é que o velho padre nos quer ver, mas certamente que isso vai ajudar a melhorar a nossa imagem perante a Igreja, o que é sempre bom.
O Vara concordou. Era uma grande oportunidade para eles e até foi enviado um comunicado oficial à imprensa sobre a visita.
Quando chegaram ao quarto, o velho Padre pegou na mão de Sócrates, com a sua mão direita, e na mão de Vara, com a sua esquerda. Houve um grande silêncio e notou-se um ar de pureza e serenidade no semblante do Padre.
Sócrates então disse:
- Padre, porque é que fomos nós os escolhidos, entre tantas pessoas, para estar ao seu lado no seu fim?
O velho Padre, lentamente, disse:
-Sempre, em toda a minha vida, procurei ter como modelo o Nosso Senhor Jesus Cristo.·
- Amém, disse Sócrates.
- Amém, disseVara
E o Padre continuou:
-'Então... como Ele morreu entre dois ladrões ...‘
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