01/01/11

Degradação do Poder de compra dos portugueses

O poder de compra dos portugueses vai sofrer uma grande degradação já a partir de Janeiro. Por um lado, devido aos aumentos de preços, que este ano não poupam nada nem ninguém. Por outro lado, devido ao corte de benefícios sociais que afectam pensionistas e desempregados. Há também que levar em conta o aumento do IVA, de 21% para 23%, e o previsível aumento de juros e de spreads, que afecta quem tem ou pretende contrair empréstimo para compra de casa. Finalmente, já em Janeiro os funcionários públicos sofrerão cortes salariais de 3,5 a 10%. Veja abaixo uma lista dos aumentos.

Pão: Os industriais do sector da panificação já estimaram uma subida de 12% nos preços, o maior aumento de todos os que já estão previstos. Os empresários justificam-se com um alegado aumento de 40% no preço da farinha.

Electricidade: vai aumentar 3,8% para as famílias. Para a maioria, este aumento representa mais 1,5 euros por mês, numa factura de 41 euros. Só os 660 mil clientes que beneficiam da tarifa social é que se limitarão a um aumento de 1% (20 cêntimos numa factura média de 20 euros).

Para as empresas, os aumentos podem ser de 4 ou 10%, o que deverá reflectir-se nos preços de venda ao público, independentemente do que produzem.

Transportes: Aumentos de 3,5 a 4,5%. Os passes sociais nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto terão uma subida média de 3,5%, mas os títulos para percursos até 50 quilómetros vão custar mais 4,5%. Por exemplo, o passe L1 de Lisboa, que alia Metro e Carris, ficará, em média, 1,4 euros mais caro, enquanto o L123 aumentará 1,8 euros por mês.

As portagens nas auto-estradas da Brisa vão aumentar 2,3% (IVA mais subida de preços). Por exemplo, o percurso Lisboa/Porto na A1 sobe 25 cêntimos, para 19,95 euros, e o percurso Lisboa/Algarve na A2 aumenta 30 cêntimos para 18,95 euros.

Os próprios automóveis vão ficar mais caros, por causa da subida do IVA. As novas tabelas de Imposto Sobre Veículos (ISV) ainda não são conhecidas, mas os empresários do sector admitem que as subidas de preços podem chegar aos 5,4%.

Roupa e calçado: Vão subir, em média, cerca de 10%, de acordo com as previsões feitas pelas associações do sector.

Saúde: As consultas nos hospitais centrais sobem de 4,50 para 4,60 euros e nos distritais passam de 3 para 3,10 euros. Já as consultas nos centros de saúde sobem de 2,20 para 2,25 euros e na urgência polivalente de 9,40 para 9,60 euros.

Também a partir de 1 de Janeiro, o Ministério da Saúde (MS) deixa de garantir o pagamento do transporte de doentes não urgentes com rendimentos superiores ao salário mínimo nacional.

Os desempregados com rendimentos acima dos 485 euros deixam de ter acesso gratuito aos cuidados prestados pelo SNS, tendo de pagar taxas moderadoras.

Quanto aos pensionistas, para continuarem a beneficiar do regime especial de comparticipação de medicamentos, terão de provar que a soma dos rendimentos do agregado familiar, dividida pelo número de pessoas, não ultrapassa os 14 salários mínimos (6790 euros).

O preço dos medicamentos também sofre modificações devido à alteração da fórmula de cálculo do preço de referência, que passa a corresponder à média dos cinco preços de venda ao público dos medicamentos mais baratos que integrem cada grupo homogéneo.

Habitação: É provável a subida das taxas de juros, e já está a ocorrer um contínuo aumento dos spreads por parte dos bancos, para quem procura financiar a compra de habitação.

Salários reduzidos: Os funcionários públicos sofrerão cortes salariais de 3,5 a 10%, e milhares de famílias verão cortadas ou perderão o acesso a prestações sociais, como o subsídio social de desemprego, rendimento social de inserção ou abono de família. Aqui!

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