O número de empregados a receber salários de 3.000 euros líquidos ou mais por mês aumentou 23% no primeiro trimestre do ano, para 28,6 mil pessoas, aprofundando a desigualdade de rendimentos na economia, mostra o inquérito ao emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE), ontem publicado.
O número de trabalhadores com remunerações superiores a 2.500 euros também aumentou de forma considerável (17% face ao primeiro trimestre do ano passado), para quase 27 mil pessoas.
O aumento substancial nos salários mais elevados acontece numa altura em que a taxa de desemprego atingiu o valor mais alto de sempre em Portugal (10,6% da população activa ou 592.200 desempregados), em que o desemprego dos mais jovens segue o mesmo padrão (22,7% de desemprego entre jovens activos dos 15 e os 24 anos) e em que a crise já apagou mais de 219 mil empregos desde que começou a afectar o mercado laboral, em meados de 2008.
Pelo contrário, mostra o INE, o grupo de trabalhadores por conta de outrem que ganham salários líquidos entre 310 e 900 euros reduziu-se em apenas 1,4%, acompanhando a tendência da destruição de emprego.
Em Portugal, no início deste ano, havia 1,3 milhões de pessoas a ganhar de 310 a 600 euros/mês e 1,1 milhões com salários de 600 a 900 euros.
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