02/05/10

Direito de Opinião

"Há uns 15 anos atrás ouví um sujeito (na altura pequeno empresário) afirmar que gostaria de ver chegar o dia em que os seus empregados precisassem mesmo da empresa para *sobreviver*, e isso foi dito sem um piscar de olhos e sem medir as consequências reais desse desejo. Infelizmente, as palavras dele foram proféticas. Muitas pessoas não perceberam ainda que o objectivo encoberto desta reengenharia social coadjuvada por visões meramente economicistas da humanidade, é colocar o tecido produtivo e empresarial da Europa a concorrer em plano de igualdade com a China, a Índia e outros países, em que essencialmente já se trabalha à jorna. Já nem é tornar-nos apenas em meros consumidores alienados de plástico e silício de qualidade e necessidade mais que duvidosas, porque isso já foi conseguido. Desta vez a utopia é ainda mais doentia, porque passa por colocar a imensa maioria da humanidade, a comer umas barras de cereais e a dormir numa auto-caravana à porta do local de trabalho, ou dentro do escritório, como começa a acontecer em certos países asiáticos. A aristocracia financeira já adquiriu sobre os países um poder tal, que é superior em várias ordens de magnitude aquele que já havia sido atingido durante as piores fases da revolução industrial. Neste momento está implícito retirar *todas* as conquistas sociais alcançadas no passado, aos que delas dependem, visto que essa aristocracia financeira os considera matéria prima descartável. Que não haja ilusões. Os primeiros a serem apanhados na onda foram os mais vulneráveis - trabalhadores, e na fila estão as pequenas e médias empresas. Não lutar pelos nossos direitos face a esta conjuntura é autenticamente suicida e é precisamente o que “eles” mais querem."

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