“Na realidade, não sabemos qual será o futuro dos taxistas a partir de 1 de Setembro”. É com “preocupação” que o presidente da Associação Industrial de Táxi da Madeira (AITRAM), António Loreto, vê o futuro destes profissionais depois da autarquia funchalense e da Secretaria Regional de Turismo e Transportes terem divulgado a intenção de disponibilizarem transporte gratuito nos pequenos autocarros ecológicos da ‘Linha Eco’.
Segundo António Loreto, às preocupações que já atormentavam os profissionais do sector, relacionadas com o transporte ilegal de passageiros por parte de determinadas empresas, acrescenta-se agora esta novidade, que entrará em vigor no primeiro dia do próximo mês. O presidente da AITRAM considera que esta iniciativa, que terá a duração, numa fase experimental, de seis meses, “vai prejudicar ainda mais a vida dos taxistas”. “Parece que nós só temos é de pagar impostos, enquanto os outros levam o nosso serviço”, atirou, referindo que será muito difícil os turistas, e até residentes, optarem pela utilização de táxis quando estarão a circular, de dez em dez minutos, autocarros de transporte gratuito e ligando os principais pontos da cidade às unidades hoteleiras da zona oeste do Funchal, logo que entrar em vigor a ‘Linha Verde’. “Essa é uma preocupação muito forte para nós”, frisou, garantindo que, com estas alternativas ao cidadão, os profissionais não terão oportunidade de apresentar os serviços que dispõem.
Em relação às declarações da secretária regional do Turismo e Transportes, Conceição Estudante, que, no dia da apresentação desta iniciativa, referiu que tal não irá prejudicar os profissionais de táxi, o presidente da AITRAM diz que essa visão é “mentira”. “Com tudo isto, estão a fazer a morte lenta dos táxis”, frisou, sublinhando que há 450 taxistas no Funchal, mais de mil postos de trabalho em risco no sector, sem contar com os profissionais que têm à responsabilidade agregados familiares. “O que será feito desta gente, que garantias há para o futuro destas famílias?”, interroga-se, confessando que a classe se sente “injustiçada”.
Esta semana, a AITRAM vai promover uma reunião de emergência com os associados para analisar este problema.
“Nunca passámos por isto”
O desânimo, a revolta e a frustração dominam o discurso dos taxistas. José Luís Marote é profissional de táxi há mais de trinta anos e confessa que não se lembra de passar por tantas dificuldades como agora. “Nunca passámos por isto”, garantiu ao DIÁRIO e referindo que o sentimento é comum a todos os colegas.
Este profissional considera que os benefícios associados aos transportes ecológicos são “uma mentira e uma farsa” e que é inadmissível o que estão a fazer a quem paga impostos sem cessar. “É muito bonito para a população dizer que o transporte é de borla e agora quem paga os seus direitos a trabalhar?”, interrogou-se, acrescentando que não sabe como famílias inteiras vão ser sustentadas com o caminho que a profissão está a tomar.
“Quem nos faz a principal concorrência é o próprio Estado, o Governo”, atirou Paulo Fernandes, profissional há cerca de 20 anos. De há uns tempos para cá, diz que “é preciso andar a contar tostões” para fazer face às despesas. Ao DIÁRIO, muitos confessaram fazer, às vezes, por dia, apenas 10 ou 15 euros. Leonel Teles, colega de profissão de Paulo, fez as contas e acredita que, com mais este novo entrave, o serviço de táxi vai perder lucros na ordem dos 40%. “Eu estou aqui desde as 9 horas e não fiz nada hoje”, confessou. Leonel Teles era o primeiro da fila e o relógio já apontava 11h30.
“Os serviços gratuitos deviam ser só para os contribuintes e não para os que vêm de férias porque nós vamos a qualquer país e não há direito a transportes gratuitos”, declarou, acrescentando que a política de hoje em dia é “tirar a quem tem pouco para dar a quem tem muito”.
Medida visa “mudar hábitos” dos cidadãos
Com a secretária regional do Turismo e Transportes, Conceição Estudante, ausente da Região por motivo de férias, a Assessoria de Imprensa da secretaria em questão recordou as palavras da governante no dia da apresentação da iniciativa. Na ocasião, Conceição Estudante afirmou que a criação da ‘Linha Verde’ – que colocará um autocarro a circular de 10 em 10 minutos entre a zona oeste da cidade e o centro do Funchal – visa alterar “os hábitos dos cidadãos da cidade do Funchal” e não prejudicar qualquer outro tipo de transporte, como é o caso dos taxistas.
Em relação à ‘Linha Eco’, que engloba os percursos no centro da cidade, a entrada em vigor deste tipo de transporte gratuito também tem como objectivo mudar os hábitos dos residentes, de forma a que deixem de trazer os transportes particulares para o centro da cidade, tendo também em vista uma boa política ambiental, uma vez que estes autocarros são ecológicos.
O departamento de Assessoria de Imprensa da Secretaria Regional do Turismo e Transportes frisou ainda que “a questão visa o transporte particular” e que “os utentes de táxi serão sempre utentes de táxi”.
Segundo António Loreto, às preocupações que já atormentavam os profissionais do sector, relacionadas com o transporte ilegal de passageiros por parte de determinadas empresas, acrescenta-se agora esta novidade, que entrará em vigor no primeiro dia do próximo mês. O presidente da AITRAM considera que esta iniciativa, que terá a duração, numa fase experimental, de seis meses, “vai prejudicar ainda mais a vida dos taxistas”. “Parece que nós só temos é de pagar impostos, enquanto os outros levam o nosso serviço”, atirou, referindo que será muito difícil os turistas, e até residentes, optarem pela utilização de táxis quando estarão a circular, de dez em dez minutos, autocarros de transporte gratuito e ligando os principais pontos da cidade às unidades hoteleiras da zona oeste do Funchal, logo que entrar em vigor a ‘Linha Verde’. “Essa é uma preocupação muito forte para nós”, frisou, garantindo que, com estas alternativas ao cidadão, os profissionais não terão oportunidade de apresentar os serviços que dispõem.
Em relação às declarações da secretária regional do Turismo e Transportes, Conceição Estudante, que, no dia da apresentação desta iniciativa, referiu que tal não irá prejudicar os profissionais de táxi, o presidente da AITRAM diz que essa visão é “mentira”. “Com tudo isto, estão a fazer a morte lenta dos táxis”, frisou, sublinhando que há 450 taxistas no Funchal, mais de mil postos de trabalho em risco no sector, sem contar com os profissionais que têm à responsabilidade agregados familiares. “O que será feito desta gente, que garantias há para o futuro destas famílias?”, interroga-se, confessando que a classe se sente “injustiçada”.
Esta semana, a AITRAM vai promover uma reunião de emergência com os associados para analisar este problema.
“Nunca passámos por isto”
O desânimo, a revolta e a frustração dominam o discurso dos taxistas. José Luís Marote é profissional de táxi há mais de trinta anos e confessa que não se lembra de passar por tantas dificuldades como agora. “Nunca passámos por isto”, garantiu ao DIÁRIO e referindo que o sentimento é comum a todos os colegas.
Este profissional considera que os benefícios associados aos transportes ecológicos são “uma mentira e uma farsa” e que é inadmissível o que estão a fazer a quem paga impostos sem cessar. “É muito bonito para a população dizer que o transporte é de borla e agora quem paga os seus direitos a trabalhar?”, interrogou-se, acrescentando que não sabe como famílias inteiras vão ser sustentadas com o caminho que a profissão está a tomar.
“Quem nos faz a principal concorrência é o próprio Estado, o Governo”, atirou Paulo Fernandes, profissional há cerca de 20 anos. De há uns tempos para cá, diz que “é preciso andar a contar tostões” para fazer face às despesas. Ao DIÁRIO, muitos confessaram fazer, às vezes, por dia, apenas 10 ou 15 euros. Leonel Teles, colega de profissão de Paulo, fez as contas e acredita que, com mais este novo entrave, o serviço de táxi vai perder lucros na ordem dos 40%. “Eu estou aqui desde as 9 horas e não fiz nada hoje”, confessou. Leonel Teles era o primeiro da fila e o relógio já apontava 11h30.
“Os serviços gratuitos deviam ser só para os contribuintes e não para os que vêm de férias porque nós vamos a qualquer país e não há direito a transportes gratuitos”, declarou, acrescentando que a política de hoje em dia é “tirar a quem tem pouco para dar a quem tem muito”.
Medida visa “mudar hábitos” dos cidadãos
Com a secretária regional do Turismo e Transportes, Conceição Estudante, ausente da Região por motivo de férias, a Assessoria de Imprensa da secretaria em questão recordou as palavras da governante no dia da apresentação da iniciativa. Na ocasião, Conceição Estudante afirmou que a criação da ‘Linha Verde’ – que colocará um autocarro a circular de 10 em 10 minutos entre a zona oeste da cidade e o centro do Funchal – visa alterar “os hábitos dos cidadãos da cidade do Funchal” e não prejudicar qualquer outro tipo de transporte, como é o caso dos taxistas.
Em relação à ‘Linha Eco’, que engloba os percursos no centro da cidade, a entrada em vigor deste tipo de transporte gratuito também tem como objectivo mudar os hábitos dos residentes, de forma a que deixem de trazer os transportes particulares para o centro da cidade, tendo também em vista uma boa política ambiental, uma vez que estes autocarros são ecológicos.
O departamento de Assessoria de Imprensa da Secretaria Regional do Turismo e Transportes frisou ainda que “a questão visa o transporte particular” e que “os utentes de táxi serão sempre utentes de táxi”.
Diário de Notícias – Madeira
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