Em dias de PEC e do rol de anúncios com que o Governo pretende resolver o problema do défice (cortes no subsídio de desemprego e no Rendimento Social de Inserção, cortes nas deduções de despesas de saúde e educação, cortes nos salários...), as notícias que vão chegando sobre os bónus e salários metidos ao bolso no ano passado pelos gestores de empresas públicas ou participadas pelo Estado constituem uma afronta.
Assim, o presidente da EDP recebeu no ano passado mais de 1,9 milhões em remunerações fixas, variáveis e "prémios plurianuais", ou seja 0,19% do lucro da empresa; o da GALP 1,337 milhões de euros de salário fixo e 236,84 mil de "remuneração variável", o que dá um total de 1,573 milhões de euros; o da REN, entretanto suspenso de funções por envolvimento no caso "Face Oculta", 621 mil euros; o da PT 1,505 milhões de euros; e por aí fora. Tudo isto num país que, 36 anos depois do 25 de Abril - "em cada rosto igualdade", lembram-se? - se tornou num dos recordistas mundiais das desigualdades e que, desde então, apenas tem sido governado por partidos (PS, PSD, CDS) todos "sociais" de nome. ("O nome e a coisa" MA Pina "JN" 2.abr.10)
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