Em média, os CEO nacionais recebem 63 mil euros brutos por mês. Jorge Coelho é o mais bem pago em função dos lucros gerados.
Os presidentes-executivos (CEO) das cotadas nacionais receberam, em média, 884 mil euros no ano passado, em remunerações fixas e variáveis, de acordo com os dados já tornados públicos por doze empresas do PSI 20. A Mota-Engil, a Zon e a Galp são as cotadas que melhor pagam aos seus CEO, em função dos lucros gerados.
A soma em questão - a que em alguns casos se devem somar prémios plurianuais - equivale a um salário mensal ilíquido de 63 mil euros. Porém, o valor real poderá ser superior, uma vez que parte das cotadas ainda não revela os salários das sociedades participadas - o que tem gerado polémica entre as empresas. Nesta questão, a Brisa, PT, Sonae e EDP são excepções, porque revelam todos os rendimentos dos gestores, cumprindo a recomendação da CMVM nesse sentido.
Em termos absolutos, a Galp, a PT e a EDP lideram o ‘ranking' de salários dos CEO. Porém, esta comparação esconde vários factores relevantes, como os lucros gerados pelas empresas, as suas dimensões e os mercados em que competem. "O indicador mais usado para uma boa comparação é o lucro antes de impostos, juros, depreciações e amortizações [EBITDA], mas o resultado líquido também pode ser utilizado", explicou ao Diário Económico Pedro Rocha e Silva, da consultora Heidrick & Struggles.
Com base nos dados que são públicos, conclui-se que Jorge Coelho é o gestor mais bem pago em função dos lucros. Por cada milhão de euros de lucro gerado, o CEO da Mota Engil recebe 22.900 euros, face a 20.000 de Rodrigo Costa (Zon) e 13.400 de Ferreira de Oliveira (Galp Energia).
Na lista dos cinco mais bem pagos em função do lucro figura ainda o CEO da Sonae SGPS, Paulo Azevedo, que recebe 10.100 euros por cada milhão de lucro, bem como o antigo presidente da REN, José Penedos - que entretanto suspendeu funções devido ao alegado envolvimento no caso Face Oculta -, com 4800 euros.
Por sua vez, os gestores que receberam menos em função do lucro foram o presidente da EDP, António Mexia (que recebeu 1,3 milhões de euros, ou 0,11% do lucro de 2008), o CEO da Portucel, José Honório (0,18%) e o da PT, Zeinal Bava (0,26%).
Há, no entanto, que ter em conta que em 2009 a Sonae, PT, Zon e EDP pagaram prémios plurianuais (ver texto ao lado), respeitantes a anos anteriores, que não foram tidos em conta nestes cálculos. Estes mecanismos de médio prazo são cada vez mais utilizados pelas empresas para incentivar uma boa gestão e "também como uma forma de retenção dos quadros e de focalização nos seus objectivos", explicou Pedro Rocha e Silva. Ler mais...
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