A Empresa de Trabalho Temporário Adecco colocou na Internet vários anúncios para recrutar “apoiantes” do papa para Lisboa e Porto pagos a 3,5€ à hora. Em vários sites de procura/oferta de emprego na Internet, a empresa Adecco, que se apresenta como “líder mundial de recursos humanos”, refere que “pretende recrutar apoiantes (M/F) ao Papa XVI”.
O recrutamento para Lisboa diz respeito ao dia 11 de Maio para a Praça do Comércio, onde o papa celebrará uma missa, sendo o “horário de trabalho: manhã e/ou tarde”. Para o Porto, a empresa está a recrutar pessoas para o dia 14 de Maio, dia em que Bento XVI estará na cidade, e pede como “requisitos: idade compreendida entre os 18 e os 50 anos” e “disponibilidade das 08:00 às 13:00”, como se pode ler neste anúncio.
Os requisitos são “muito boa apresentação; gosto contacto com o público; dinamismo e responsabilidade e resistência física”. Na proposta de "trabalho", promete-se a entrega de uma t-shirt alusiva ao evento (ficará de recordação para os participantes) e uma bandeira alusiva ao evento, que deverá ser devolvida à agência no final.As respostas ao anúncio, se reunidos os “requisitos”, devem incluir o curriculum vitae.
O Sapo Notícias falou com uma pessoa do Porto que respondeu ao anúncio a quem explicaram que o trabalho poderia incluir ainda um pagamento de € 3,5 à hora. No total, o apoio ao Papa pode render €17,5.
Numa nota enviada à Lusa, a comissão organizadora da visita de Bento XVI a Portugal informa que “não recorreu a qualquer serviço de recrutamento para trabalho temporário relacionado com as cerimónias que vão ter lugar em Lisboa, Fátima e Porto”. “Milhares de voluntários associaram-se a este momento sem receberem nada em troca. É esse o espírito que torna esta viagem um momento de alegria para muitos portugueses”, lê-se ainda no comunicado.
Na sequência da polémica e da demarcação dos organizadores da visita do Papa, a empresa Addecco veio justificar-se, dizendo em comunicado que “por lapso, e em consequência da urgência da contratação, o título do anúncio colocado referia, erradamente, que se tratava da contratação de apoiantes ao Papa Bento XVI, em vez de apoiantes a uma acção a decorrer durante a visita de Sua Santidade”, que diz ser da responsabilidade duma “empresa de organização de eventos”.
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