06/06/10

Reformas e benefícios

O ex-presidente do BCP fez o seu contrato de reforma com o banco, que lhe garante deslocações em 'Falcon' e a protecção de 40 seguranças privados. Conselho de remunerações vai tentar mudar a regra.

Jardim Gonçalves, reformado do Banco Comercial Português (BCP) desde final de 2007, continua a utilizar o avião alugado e pago pelo banco para uso pessoal. O ex-presidente e fundador do maior banco privado português mantém um conjunto de regalias, entre as quais se destaca a possibilidade de viajar pelo mundo e contar com cerca de 40 seguranças privados, cujos custos são suportados pelo banco.

Segundo fontes contactadas, no último ano e meio de reforma, Jardim Gonçalves fez "várias viagens", a título pessoal. O ex-presidente alega este usufruto, baseando-se numa acta do conselho de remunerações e previdência, na qual está consagrado o direito à "segurança e protecção na saúde", o que implica a possibilidade de se deslocar a custas do banco.

O fundador do banco é o único ex-presidente do BCP a usar da regalia de voar em aviões pagos pela instituição. Nem Paulo Teixeira Pinto nem Filipe Pinhal, os outros dois ex-presidentes do BCP, usufruem de tal regalia.

O avião, um Falcon 2000, é alugado anualmente pelo banco à Heliavia, empresa de Hipólito Pires. O contrato compreende o pagamento de um determinado número de horas de voo por ano, utilizadas para deslocações da administração e quadros de topo do BCP, para diferentes locais, nomeadamente para os países onde a instituição possui subsidiárias, como Polónia, Grécia, Roménia, Turquia, Moçambique e Angola.

O uso do avião privado do BCP por parte de accionistas tinha já causado polémica, quando vieram a público notícias sobre a sua utilização por parte do ex-representante da Eureko, o holandês Gijsbert Swalef, quando se deslocava às reuniões dos órgãos sociais.

Aquando da saída do anterior conselho de administração do BCP, em finais de 2007, o banco teve de reflectir nas suas contas do mesmo ano, um total de 80 milhões de euros, destinados a rescisões e reformas dos anteriores ex-administradores.

Apesar de os valores individuais não terem sido divulgados, os únicos números vindos a público disseram respeito à Paulo Teixeira Pinto. Aos 46 anos de idade, este ex-presidente do BCP, no cargo ano e meio, recebeu uma indemnização de dez milhões de euros e uma reforma vitalícia de 500 mil euros anuais.

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