03/06/10

O Livro Amarelo

Prejudicando os serviços, e os utentes, à sua responsabilidade determinado serviço mantem-se em funcionamento à custa do sacrificio dos vários profissionais que o suportam, muitas das vezes com um horário de trabalho diário de 11 horas. É, ainda assim, o serviço que mais reclamações apresenta. E muito à custa de situações como esta: 

"Apesar de desocupada uma utente chega quase ao fecho do serviço. Quando descobre que não vai ser consultada começa a queixar-se conseguindo que as pessoas na sala fiquem com pena dela. Fortalecida com esse apoio começa a criticar os profissionais e acusa-os de "desumanos" incentivando os restantes a reclamar no Livro Amarelo. Conseguiu! E enquanto os outros escrevem ela, ao lado, ainda os provoca mais. Depois de descobrir que a sua intenção não era a de escrever, mas de por os outros a faze-lo, pegunto-lhe o nome do médico de família e o seu. Questiona-me a finalidade e eu respondo-lhe que vou comunicar o seu comportamento ao médico que a assiste. 

No dia seguinte uma colega, conhecedora da situação, chama-me porque a utente se apresentou dando a informação que fiquei com os dados para lhe marcar uma consulta para o próprio dia. Novamente numa sala repleta de utentes, confusos, enfrenta-me e insiste que foi isso que eu lhe disse. Com calma explico-lhe exactamente o mesmo do dia anterior: "vou comunicar ao seu médico o seu comportamento enquanto nos apelida de desumanos". E obtenho como resposta:

-" Eu não vos chamei desumanos. Só disse que não eram... humanos!"

Passou o resto da manhã a queixar-se de mim a quem a quis ouvir.

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