03/06/10

O direito à pivacidade

Munido de um Vale Cirurgia e em resultado das Parcerias Público Privadas (PPP), desloco-me a um luxuoso hospital privado enviado por um hospital público.

Na espaçosa recepção deparo-me com vários funcionários disponíveis para um reduzido número de utentes. O inverso do público. Solicitam-me que aguarde numa luxuosa (claro!) salinha. Um dos médicos atrasou-se. Sento-me e reparo que a conversa entre médico e doente, que decorre no gabinete ao lado, é audível na sala de espera. Oiço todas as preocupações do pai da criança que se encontra na consulta de ORL, quanto ao seu futuro escolar mas... fui interrompido com chegada da "Guiomar". Ao chegar senta-se a meu lado e puxa do telemóvel do qual faz várias chamadas (audíveis no piso inteiro) na tentativa de chegar à fala com uma médica do hospital público através de uma enfermeira sua conhecida. E fico a conhecer mais um historial clínico. Desta vez porque a utente faz questão nisso!

Finalmente sou chamado. Para descobrir que o meu processo está incompleto e misturado com documentação relativa a outro doente. A cirurgia fica sem efeito.

Ao sair do hospital caminho no passeio até ao carro. Torço o pé numa das saliências do piso e acabo o dia nas urgências do hospital público mais próximo. 


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